Vejo
muita discussão sobre qual seria a verdade verdadeira em muitas áreas. Começa
com a discussão entre Criacionismo vs. Big Bang e Evolução. Segue com a disputa
entre religiões e provas da existência de Deus. Até chegar às teorias de
Física, Química, Biologia, etc.
Pois
bem, o mais correto, na minha opinião, é dizer “no momento, a teoria mais
aceita é ...”. Isto porque não há provas
de uma verdade ou outra. Há indícios e há opiniões (maioria x minoria).
Já
vimos várias teorias sendo quebradas: Terra plana, Sol x Terra, átomo
indivisível, universo x multiverso, matéria x antimatéria, leis de Newton
X Einstein X teoria quântica, etc. Até Stephen Hawking está revendo seus
conceitos sobre buracos negros. Recentemente, o Museu de História Natural
de Londres retirou a estátua de Lamarck e colocou a de Darwin. Mas já existem
teorias surgindo dizendo que talvez algumas ideias de Lamarck estejam certas
(características adquiridas passando para a prole). Por exemplo, talvez
informações passem pelo DNA e aí explicariam a sensação de “déjà-vu”.
Thomas
Kuhn, no livro “A estrutura das revoluções científicas”, estuda o surgimento de
novos paradigmas. Quando observações não se encaixam na teoria antiga ou
vigente, é necessário adaptar a teoria ou criar uma nova. É como funciona a tese
x antítese, dando origem a uma nova teoria para acomodar ambos os lados (a dialética
também faz isto).
Karl
Popper propôs o teste de falseabilidade para provar uma teoria. O teste
consiste em procurar o que não se encaixa na teoria. Se nada for encontrado,
então a teoria está correta. E se a gente não procurar corretamente ? Se os
instrumentos não forem suficientes ? Se a amostra ou o momento da observação não
estiverem adequados ? Estaremos validando uma teoria incorreta.
Taleb,
no livro “A lógica do Cisne Negro” lembra que o Peru forma um modelo (ou
teoria) de que sempre será bem alimentado. Mas isto só dura até o dia de Ação
de Graças.
Mas
teorias nem sempre são fáceis de serem quebradas. A teoria da Terra plana ainda
hoje é defendida por alguns. Quando o assunto é tecnologia, já vimos várias
vezes o fenômeno chamado de “lock in”. É quando uma tecnologia melhor não
consegue substituir outra mais antiga ou pior. A explicação é que as pessoas já
estão acostumadas como uma e acreditam que será muito esforço aprender a nova.
Isto aconteceu com o teclado qwerty e com o padrão VHS de fitas de filmes. O tablet
também foi inventado pela Microsoft 10 anos antes do Ipad, mas só se
popularizou com este último. E justo porque Jobs permitiu que diversas empresas
pudessem criar aplicativos para o Ipad. Ou seja, você compra um dispositivo e
pode baixar de graça ou comprar funcionalidades adicionais, coisa que não acontecia
no tablet da MS.
Por
outro lado, às vezes é necessário que um mercado todo se estabeleça para que
uma nova tecnologia se popularize. A Kodak não acreditou na fotografia digital
que ela mesma ajudou a inventar. Isto porque não imaginava um mercado sem os
filmes tradicionais. Mas o celular emplacou anos depois de sua criação porque
as empresas criaram também antenas. E o fax só ficou visível ao grande público depois
que muitos já o tinham e usavam.
A
quebra de paradigma permite inovações. Procure por imagens de como eram as
técnicas para a modalidade de atletismo conhecida como “salto em altura”. Veja
o quanto as técnicas mudaram. E como uma técnica maluca se tornou a mais eficiente
e popular hoje em dia (saltar de costas fazendo um arco).
Sven
Magnus Øen Carlsen é um mestre de xadrez norueguês, campeão mundial e que já
derrotou Kasparov. Sua técnica ? Utilizar movimentos que não se enquadram no
padrão dos grandes mestres e nem nos históricos de jogos clássicos. Com isto,
ele desconcerta os adversários, que não sabem o que Magnus está planejando, e
isto abre caminho para aplicar suas estratégias vencedoras.
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