Na década de 1980, Alvin Toffler (no livro "A 3a
Onda") previu que as pessoas iriam trabalhar de casa. Isso geraria menos
trânsito nas cidades e menos prédios de escritórios. As pessoas então iriam
sair após o trabalho para entretenimento.
Toffler errou a previsão. Isso não aconteceu devido à
tecnologia.
Foi preciso uma combinação de Pandemia + Tecnologias da
informação para tornar isso uma realidade (ou pelo menos, algo bem mais comum).
Já Jeremy Rifkin acertou ao fazer uma previsão na década de
1990 (no livro "O Fim dos Empregos") de que os empregos iriam se
modificar pelo avanço da tecnologia. O teletrabalho está acabando com alguns
postos em áreas como transporte de pessoas e locação de locais físicos para
trabalho. Mas aumentou demanda de serviços e vagas em empresas de
infraestrutura de comunicação.
O teletrabalho permite a cada pessoa escolher onde quer
morar e trabalhar, pois será um lugar somente para isso. Antes era preciso
morar perto do trabalho para evitar perda de tempo no trânsito. Agora pode
haver uma melhor distribuição de residências. Já há reportagens falando do
deslocamento de pessoas para cidades do interior ou menos populosas. Talvez
isso equilibre a distribuição de pessoas entre cidades, sem grandes
concentrações. E pode ser uma boa oportunidade de negócios em cidades menores
(inclusive para profissionais liberais).
Vão se dar melhor as empresas que conseguirem aumentar o
número de clientes com pouco aumento nos custos. É o que Jeremy Rifkin discute no
livro "Sociedade do Custo Marginal Zero".
Por outro lado, tem gente contra o teletrabalho. Marissa
Meyer, presidente do Yahoo, acabou com o teletrabalho para seus funcionários
por achar que eles estavam se encontrando menos e assim estavam discutindo
menos ideias (tendo menos colaboração).
O argumento dela é embasado pelos estudos de Steven Johnson
("De onde vêm as boas ideias"). Ele relembra que os salões e cafés em
Paris e Londres foram importantes para que grandes pensadores se encontrassem,
trocassem ideias e desenvolvessem criações e inovações. Isso ficou bem claro no
filme "Meia-noite em Paris" de Woody Allen.