segunda-feira, 22 de junho de 2015

Exemplos de como fazer análise OLAP para BI: como fazer cubos e gráficos, o que analisar


As análises ou interpretações dos resultados geram HIPÓTESES, que precisam ser confirmadas com mais dados ou pela interpretação de humanos (geralmente analisando eventos da vida real).
Exemplo: um gráfico mostrando subida nas vendas. Procurar o porquê. A resposta pode estar em ações feitas fora da empresa (e não documentadas ou registradas com dados).

ISTO NÃO É UM CUBO




Isto é um cubo, pois há um atributo na linha e outro na coluna.


Unidades Vendidas



Observações:
Cliente A: vem diminuindo as compras
Cliente B deixou de comprar
Cliente C irregular ou sazonal, ver caraterística dos anos em que comprou
Cliente D teve uma entressafra


Uma representação gráfica facilita muita esta visualização



O que analisar:
- picos (subidas ou descidas que se destacam do resto) e procurar investigar por que os picos ocorreram;
- linhas retas (comportamento normal): é bom também saber o que funciona sem desvios ou exceções;
- identificar padrões sazonais, ou seja, repetições em épocas específicas (mês, duplas ou trios de meses, dia da semana); exemplo: picos que acontecem especificamente em certos momentos (a cada 4 anos, vendas de TVs sobem muito)


Abaixo temos um cubo típico: um atributo na linha (com valores de 1 a 10) e outro atributo nas colunas (com valores de A a D).
Imagine que os valores na linha ou na coluna são faixas de idades. Não use valores absolutos, porque para encontrar padrões precisamos ter repetições. Usando valores absolutos (exemplo, idade, quantidade, valor), talvez haja poucas repetições. Então faça discretização, ou seja, crie faixas de valores que as chances de repetição são maiores.




A
B
C
D
1
450
690
340
430
2
490
789
450
340
3
560
405
490
450
4
670
590
560
720
5
720
456
100
830
6
830
1020
870
870
7
870
720
740
239
8
740
830
610
400
9
610
870
560
349
10
490
230
600
120


No caso de produtos, podemos usar atributos tais como: classe, tipo, setor ou categoria do produto; faixas de preços; frete grátis ou não; cor, voltagem, marca, tipo de embalagem.

No caso de clientes, usar atributos tais como: cidade, bairro, sexo, idade, classe social, nível de escolaridade.

No caso de vendas: faixa de valor total pago, forma de pagamento, loja, vendedor,

O atributo data é clássico mas tem que separar em ano, mês, dia do mês e dia da semana)
Se for usar hora, não utilizar os minutos (para aumenta repetições). Uma boa também é usar turno (melhor que hora, pois haverá mais repetições).

Obs: não uso atributos onde haja um valor que domine. Por exemplo, se pegar uma base de clientes e a grande maioria for da mesma cidade, não vale a pena analisar o atributo cidade.

Podemos também usar valores binários.
Exemplo: comprou ou não nos últimos 6 meses. É claro que no ETL teremos que criar tais valores, pois provavelmente deve aparecer data da compra.
Outros exemplos: tem interessem em ...; já comprou produto no setor X;



SIM
NÃO
1
450
690
2
490
789
3
560
405
4
670
590
5
720
456
6
830
1020
7
870
720
8
740
830
9
610
870
10
490
230


Ou criar escalas tipo:


SEMPRE
VÁRIAS VEZES
REGULARMENTE
RARAMENTE
NUNCA
1
450
690
340
430
239
2
490
789
450
340
400
3
560
405
490
450
349
4
670
590
560
720
120
5
720
456
100
830
490
6
830
1020
870
870
560
7
870
720
740
239
590
8
740
830
610
400
456
9
610
870
560
349
1020
10
490
230
600
120
720



UM CUBO COM 3 DIMENSÕES




A
B
C
D
E
X
1
450
690
340
430
239

2
490
789
450
340
400

3
560
405
490
450
349
Y
4
670
590
560
720
120

5
720
456
100
830
490

6
830
1020
870
870
560

7
870
720
740
239
590
Z
8
740
830
610
400
456

9
610
870
560
349
1020

10
490
230
600
120
720


É uma forma de representar 3 dimensões em duas (2 planos, pois não temos a profundidade, a não ser que existissem monitores 3D).

Nas linhas, temos duas dimensões (2 atributos): um com valores X, Y e Z, e outro atributo “interno” com os valores de 1 a 10.
Exemplos:
Países e tipos de cidades (ou tamanhos)
Lojas e vendedores
Setores e tipos de produtos
Marcas de produtos e faixas de valores


Isto é o que permite fazer drill-down e drill-up (subir ou descer na hierarquia, ou seja, aumentar ou diminuir granularidade ou detalhes).



CIDADES E BAIRROS

Às vezes é difícil repetir valores para este tipo de atributo.

Então usar algum tipo de classificação, por exemplo:
grandes X pequenas
interior X capital
interior X litoral
renda da cidade ou índices sociais (tipo IDH, renda per capita média).



DOIS CUBOS DIFERENTES PARA COMPARAR


O melhor para compara é utilizar gráficos. 2 gráficos são mais fáceis de comparar que 3, 4, etc. Mas podemos usar mais gráficos também.

Os cubos poderiam ser:
- períodos de tempos diferentes (ano X ano, mês X mês), para compras/vendas/produção de clientes/vendedores/lojas/produtos ao longo do tempo;






Ex. de descoberta: produto A (azul) foi adquirido regularmente ao longo do tempo na amostra 1 com pequeno aclive no momento 7 (pode ser mês ou ano ou dia da semana).  Na 2ª amostra, o produto vendeu de forma irregular ao longo do tempo (investigar por que as quedas e subidas).



- vendas correlacionando tipo de produto X tipo de cliente







Ex. de descoberta: produto B (vermelho) foi mais adquirido por clientes tipo 6 na amostra 1. Já na amostra 2, o mesmo produto foi o menos adquirido pelo mesmo tipo de clientes.



Observação:
Gráficos em linha são melhores para analisar ritmo ou distribuição ao longo do tempo, pois fica mais fácil ver subidas e descidas.
Gráficos com barras são melhores para comparar valores (quem está acima de quem, altos X baixos).

Gráficos em Pizza são melhores para comparar proporções (onde valores absolutos não são tão importantes).
Exemplo: qual setor gasta mais que os outros em termos % (proporcionais).

Como nos gráficos abaixo.
Exemplo: gastos por setor (cada amostra é uma filial diferente; A x B).






Ex. de descoberta: setor roxo (valor 4) mantém proporção em ambas amostras. Mas o setor 10 (lilás) é bem diferente de uma amostra para outra (18% para 4%).




CRIAR SUBGRUPOS E COMPARAR


Subgrupos são amostras diferentes.
Exemplos:
- períodos de tempos
- subconjuntos extraídos de um valor único (ex. pegar somente pessoas do sexo masculino, somente cidades com mais de 100 mil habitantes)ou com um critério específico (ex. somente produtos com maior saída ou preço acima de tanto).

Comparar:
- subgrupos entre si;
- comportamento do subgrupo X todo




MÉTRICAS OU MEDIDAS


O tipo de dado colocado dentro do cubo é chamado de métrica ou medida.
Que dado ou atributo colocar dentro do cubo ?
Imagine que você está analisando diferentes tipos de clientes. Uma medida seria avaliar a quantidade de produtos adquiridos por cada tipo (ou por cada cliente especificamente). Entretanto, lucratividade é mais importante que quantidade. Então talvez seja melhor utilizar como medida a soma de valores gastos (ou lucro, que é igual receita menos despesa/custo).
Pode-se também utilizar média, máximo, mínimo, etc.


A
B
C
D
1
450
690
340
430
2
490
789
450
340
3
560
405
490
450
4
670
590
560
720
5
720
456
100
830
6
830
1020
870
870
7
870
720
740
239
8
740
830
610
400
9
610
870
560
349
10
490
230
600
120

Num hospital, talvez seja interessante analisar o número de casos de uma doença (cruzando por exemplo, região X faixa etária). Mas também podemos utilizar como medida a média de tempo de internação (cruzando por exemplo, doença X sexo).


Masc
Fem
Grupo 1
15
6
Grupo 2
23
14
Grupo 3
5
40
Grupo 4
6
7






No exemplo acima, podemos ver claramente que as doenças dos grupos 1 e 2 exigem maior tempo de internação para homens (quase o dobro de dias que as mulheres). Já o grupo 3 inverte a gangorra, com 8x mais tempo para mulheres que homens. E no grupo 4 há uma equilíbrio entre sexos.
Numa escola, a medida pode ser a nota tirada pelo aluno (média) ou a contagem de vezes que o aluno recebeu alguma notificação negativa.


A
B
C
D
1
0
0
0
0
2
3
0
10
0
3
2
0
6
0
4
0
0
0
0
5
0
0
5
12
6
0
0
4
8
7
0
0
0
0
8
0
0
0
0
9
0
0
0
0
10
0
0
0
0


No cubo acima, as notas estão nas linhas e as colunas representam níveis escolares diferentes (A menor nível, D o maior). Foi utilizada como medida o número de alunos que receberam notificações negativas. Isto significa que, no entroncamento da linha referente à nota 2 com a coluna referente ao nível A, 3 alunos receberam notificações, ou seja, 3 alunos do nível A receberam notificações e ficaram com nota 2.
Vejam que alunos aprovados (com notas igual ou maior que 7) não receberam notificações em nenhum nível. No nível B, nenhum aluno recebeu notificação (estudar por quê). Pelas análise das turmas A e C pode-se ver que há uma escala: mais notificações para alunos com menos notas. E a turma do nível D possui algo de interessante que é um grande número de notificações mas para alunos que quase foram aprovados.


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